quarta-feira, 9 de abril de 2008

Elevadores e tsunamis

Algum analista de plantão por aí?

Fiz as pazes com Maria Bonita.
O que andava ruim na minha vida virou de ponta cabeça e agora tudo são flores.
Mas a noite passada tive dois pesadelos. Algumas coisas novas, mas os pesadelos recorrentes de toda a minha vida. Psicodélicos, como sempre.

Devia ser por volta de 1985, e como em todas as manhãs descíamos pelo elevador para a garagem, para que minha mãe nos levasse de carro para a escola, antes de ir para o trabalho. Não sei o que houve mas o elevador chegou ao segundo subsolo - andar inferior do prédio - e, sem abrir as portas nem parar, começou a subir novamente. Pânico. Alguém então foi apertando os botões dos primeiros andares e, não me lembro direito, mas acho que o elevador parou lá pelo terceiro ou quarto andar. Saímos sem grandes problemas e então descemos pela escada. Sem grandes danos.
Apesar deste episódio traumático, eu não tenho medo de elevadores. Entro numa boa, em qualquer um, pra qualquer andar. Nem penso nisso.

Mas o fato é que a partir desse dia eu passei a sonhar com elevadores descontrolados. rs...
Algo meio Matrix ou sei lá, Blade Runner, como se as máquinas (no caso, os elevadores) de uma hora pra outra resolvessem deixar de funcionar da forma "prevista". O repertório de rebeldias é vasto: desde o traumático desce-tudo-e-não-pára (com escalas diferenciadas de velocidade que chegam à queda livre, bem acelerada e vertiginosa), até o vôo vertical interminável para cima, chegando a galáxias e planetas distantes. :D Pelo menos meus sonhos são criativos, vai.
É assustadora a imprevisibilidade, mas eu sobrevivo. Sempre.

Dessa vez era um elevador de um prédio bem antigo, meio decadente, daqueles com porta de ferro. E o danado não subia na vertical, tinha um circuito todo sinuoso que incluía até alguns loopings no caminho. A la Playcenter. Doideira...

Mas o que me marcou nesse sonho é que ele se juntava a um outro pesadelo também recorrente.

Eu acabava de me mudar para uma cobertura, que ficava numa altura absolutamente inviável para qualquer prédio de qualquer praia brasileira. Alta até para Manhattan antes de 11 de setembro. Vertigem, again. Não bastasse o elevador psicodélico.

Chovia muito, como estava chovendo por aqui há dias atrás. E o mar, de ressaca, começou a invadir as ruas da cidade. A rua onde eu morava. A garagem do prédio. Apavorada e incrédula, eu agradecia o fato de estar vendo as coisas lá de cima, mas me desesperava com a possibilidade de uma clausura compulsória até sabe lá deus quando essa catástrofe durasse.

Bom, de tsunami eu tenho medo mesmo. Medo não, pavor.

Eu ouvi uma vez, quando criança também, que o mar da praia grande tinha chegado à avenida da praia em uma ressaca. Pronto. Dali pra frente a imagem povoava meus sonhos, pesadelos. Eu estava na casa (então) dos meus avós, a onda chegava aos poucos, de mansinho. Sempre de mansinho. Mas constante e volumosa, a água ia invadindo tudo.
Descontrole, de novo.
E pior, da "natureza".

Elevadores e tsunamis. Tecnologia e natureza, dicotomia que me persegue (ou será que sou eu que a persigo?).
O mundo que escapa da previsibilidade. A máquina que sai do controle e faz o inesperado, a imensidão desse planeta água que com um mero desequilíbrio pode devastar grande parte da população humana. Do nada. De um terremoto ou meteoro cometa o que seja. Catástrofe, caos. Me lembra que eu estou viva e que posso não estar mais. Ou pior, que as pessoas que eu amo podem não estar mais. E de uma vez.

Mas, uma querida amiga me tranquilizou: Não vai acontecer. Mas, se acontecer, você saberá o que fazer. Porque tem coração.

5 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia minha querida,
afaste estes pesadelos de você, mantendo seu coração em vigilância, crendo em algo superior que nos protege sempre.
Não tenha medo da morte, pois é a nossa única certeza que temos na vida: que um dia partiremos.(embora ninguém se prepare para ela)
Beijos
Mami

Tonelli disse...

Engraçado...
Eu tenho pesadelos com ovos gigante estourando na minha cabeça e cada um deles tem com ácido sulfúrico dentro.
aí qdo estoura e cai em cima de mim, a dor é tão grande que me lembro de um caso de qdo eu era criança, e uma prima minha estava com o pé engessado e me deu um chute no...err.....saco. A dor que senti deve ser algo parecido com a dor do meu sonho e vice-versa.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
saudades, dani!!
bjoooo

Dani disse...

Mami, querida...
Não tenho medo da morte... rs... e, sim, penso nela sempre... Mas eu acho que, como diria Vinícius, sentirei saudades da vida...
Mas, bem, vou tentar seguir seu conselho na medida do possível.

Má, pelo jeito o psicodelismo noturno é hereditário... ácido sulfúrico!!! eu, hein. Mil vezes tsunami. kkkkkkkkk
Mas que crueldade da sua prima não? Que será que você aprontou pra ela pra merecer esse castigo? Maldade!!! rs... Beijos querido, e apareçaaaaa

Anônimo disse...

Achei interessante o artigo que escreveu sobre os sonhos com elevadores e tsunamis porque por mais incrível que pareça também os tenho!!!
Sou portuguesa e desde muito nova que sonho com elevadores "avariados", são quase sempre iguais e caracterizam-se pelo facto de o elevador não parar e estranhamente "saltar" andares, por exemplo, vai do 1º andar para o 2º e de repente salta para o 10º e depois volta ao 1º, etc...
Paralelamente também sonho muito com tsunamis e não é baseado no tsunami de 2004 porque já antes disso sonhava. Os locais vão mudando, ou estou numa ilha, ou numa praia ou no meu prédio... vejo uma onda gigante invadir a terra e fujo para um local bem alto e nunca morro, apenas assisto... quando estou no meu prédio vejo muita agua abaixo de mim, vivo no 9º andar e a agua fica sensivelmente pelo 5º ou 6º, quando a onda passa fica tudo inundado como se fosse um lago e vejo fogo no céu, como se fosse fogo de artíficio mas encarnado e vejo pessoas nas janelas a festejar, não consigo entender qual a razão da alegria mas sinto muita paz e felicidade, é um sonho muito estranho.
Na realidade sinto que tal possa vir a acontecer.
Curiosamente nunca tinha relacionado estes dois sonhos não sei se estarão ligados mas é uma grande coincidência outra pessoa também os ter!

Dani disse...

Coincidência, né?
Acho que precisamos encontrar um dicionário de sonhos!!! rs...
Vou procurar saber...