E aqui estou, algumas idéias na cabeça... frente a frente comigo mesma e com o documento de texto em branco. Reluto com a possibilidade de registrar meus pensamentos... eles são tão meus e tão incompletos. Tão efêmeros... e as palavras às vezes fogem... ao menos as mais belas... tenho a mania de achar que nada que escrevo estará bom... e travo.
Mas fui jogada e me joguei numa solidão quase monástica... e tento me esconder dela o tempo todo... Tenho cada vez mais a ilusão de uma quase liberdade. Um tempo de mentira, que roubo das outras coisas que eu deveria estar fazendo e não consigo, e um teto que às vezes é todo meu. Também da minha pequena e amável companheira... que me acorda todos os dias com uma felicidade inexplicável... um amor incondicional... mas que depende loucamente das minhas decisões, da minha responsabilidade. Que às vezes eu quero que falte. E que me prende e que se deprime também, com a imobilidade da minha clausura. Essa prisão da qual me acostumo e muitas vezes não consigo nem sair.
Meu nome é parte de mim. Parte que sou obrigada a aceitar como continuidade. A memória desse eu à qual as pessoas recorrem quando pensam em mim e falam comigo. Mas eu sou hoje. E eu não necessariamente sou o tempo todo. Ou, não quero ser. Nem quero um pseudônimo. Porque exigiria um exercício de identificação que já me cansa fazer com o meu próprio nome, e já me custa caro. Que fique esse mesmo, curto, ambíguo e comum. Quem sabe ele não se dissolve entre tantos outros, como sempre aconteceu.
Este é um post inaugural. Mas não é o primeiro. Inaugura um esforço reflexivo, dialógico - pois você está aí... - mas, espero, não narcisista. O título, em lugar de tantos outros possíveis, é uma dedicatória ao meu encontro com um novo lugar, com novas histórias, lendas, pessoas e, como não pode deixar de ser, comigo mesma.
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