quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Para Maria Bonita

que venho visitar em um outro tempo

por ter acreditado que a aventura da guerra era o seu caminho

por ter amado e morrido com seu amor

por todos seus partos e abortos


pela concretude do que um dia foi o seu rosto

dissecado, como se pudesse contar o porquê

estudado, mumificado, disputado, exposto

finalmente sepultado?


pelo que sua memória inspira

ainda que quase sempre coadjuvante

mas o que fazer, ela não estava sozinha

não quis estar... e será que precisava?





















Maria Déia, rebatizada Maria Bonita

Nessa foto que imortaliza um instante

E suas pretensões

Doçura, ordem (!), paixão, companhia

O que terá Maria Bonita feito por Lampião e pelo cangaço? E por si mesma?


O que farão, ela e sua terra, por mim? E eu, por elas?

2 comentários:

Anônimo disse...

Bonito poema, Dani, poeta!
Saudades de vocês, do mar e da alegria de Maceió. Não vamos brigar com a vida, né querida. Vamos deixar ela nos levar....
Beijos
Janu

Dani disse...

Sim, querida.
Eu tenho a péssima fama de briguenta (rs), mas com a vida não quero brigar não.
Saudades de vocês também. Que vocês acostumem com a estrada e voltem sempre que puderem.
Beijo!