O que diz, dessa vez, o silêncio de Maria Bonita é que ando entremundos.
Tem sido um verão esquisito, ainda que interessante. Desde as insuportáveis chuvestes de janeiro (frio no verão não vale...) até os também invencíveis e impiedosos dias de calor e sol aqui, mais perto do Equador e onde o mar é mais azul.
O fato é que ando entremundos.
No purgatório, no limbo, em todos os lugares e em lugar nenhum, no "pré" e no "pós", no "antes" e no "depois".
Para onde eu moro, para o que eu "faço da vida", e para o que a vida vem fazendo multiplicar dia após dia, dentro de mim...
Não estou mais aqui (ainda que estando) e ainda não cheguei no meu próximo destino.
E tudo me é estranho.
As transições dóem e são feias. Mas desejadas, e necessárias.
Estou uma mistura de feliz com cansada, atrasada com ansiosa, esperançosa com melindrada.
Antecipando a vertigem da aterrisagem, mas ainda sentindo os efeitos da falta da gravidade e curtindo o prazer da vista da Terra à distância.
Estou entremundos. Em transe, transição.
Sem sofrer, mas em suspensão.
Esperando...
E aprendendo a esperar.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
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