domingo, 30 de setembro de 2007
Praia
E agora minha pele está mais escura, meu cabelo mais claro, meus olhos mais pesados de um sono gostoso e meu coração, um pouco mais leve.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A estrada e a vida
A longa estrada da vida, as pedras no caminho, os desvios, os acidentes, o ponto de partida, as paragens, caronas... um destino?
Nessa semana uma estrada entrou no meu caminho.
Sempre gostei de viajar, de dirigir. De desafios.
Mas esta estrada já havia levado um amigo muito querido, que faz uma falta tremenda, e os sonhos e a felicidade da sua companheira, minha também muito querida amiga.
E me pegou num momento desfavorável... Eu ando meio desconfiada de mim mesma.
Claro que eu tinha opções. E elas me torturaram um bom tempo.
Mas no final das contas resolvi botar mesmo o pé na estrada.
By myself. Porque era também a minha vida.
E foi lindo, lindo, lindo.
O céu brigando com o mar para ver quem é mais azul.
Sombras de pássaros voando a cortar o asfalto, pequenas cabanas e bandeiras vermelhas.
Uma boa trilha sonora, um pouco de esperança. Velocidade.
E por algumas horas tudo pareceu tão simples.
domingo, 23 de setembro de 2007
Aos poucos
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Inverno
Hã? Então aqui é o quê se não praia?
Descobri que praia urbana não tem muita graça. É coisa pra turista e, claro, pra grande maioria da população que trabalha ou que não tem grana pra viajar pros paraísos dos arredores.
Mas, fato é que a cidade no carnaval (aquele do calendário) fica absolutamente perfeita - pro meu gosto. Não gosto de muvuca nem de brincadeira besta. A cidade fica deserta... dá pra andar no meio da rua, sabe como é? Nem a padaria abre. Fantástico.
Mas um calor do cão. Sol de doer. Foi minha primeira impressão, forte. Do calor e do sol dessa terra. Que cansa... amolece o corpo... claro, o meu, desacostumado.
Bem, meu medo era de que fosse sempre assim. O ano todo, aquele calor.
Pra curtir, na praia, tudo bem... mas pra viver... trabalhar...
Enfim, o tempo foi passando... e eu fui descobrindo... que aqui existe inverno!
Descoberta deliciosa, poder dormir com a janela fechada e no escurinho... de vez em quando até com uma coberta... Não viver com o ventilador na cara...
Tá certo que chove muito. As primeiras chuvas foram convincentes. Não é pouca água não. E quando ela dá de cair rápido, a gente pensa se não precisa na verdade é de um barquinho.
Mas é bonito. Tudo pára, todo mundo espera um pouco... e ela passa... é só água.
Quando o inverno dá pra ser gentil, fica fresco e não chove.
O sol, tá mais pra lá do que pra cá. Dá um tempo também com aquela luz toda...
Venta bastante, ainda mais do que normalmente. A praia não fica tão irresistível.
O inverno foi um tempo bom. Foi uma boa descoberta...
Agora se aproxima o equinócio e o sol começa a bater na minha janela pela manhã.
Sempre gostei da primavera.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
O meu nome
E aqui estou, algumas idéias na cabeça... frente a frente comigo mesma e com o documento de texto
Mas fui jogada e me joguei numa solidão quase monástica... e tento me esconder dela o tempo todo...
Meu nome é parte de mim. Parte que sou obrigada a aceitar como continuidade. A memória desse eu à qual as pessoas recorrem quando pensam em mim e falam comigo. Mas eu sou hoje. E eu não necessariamente sou o tempo todo. Ou, não quero ser. Nem quero um pseudônimo. Porque exigiria um exercício de identificação que já me cansa fazer com o meu próprio nome, e já me custa caro. Que fique esse mesmo, curto, ambíguo e comum. Quem sabe ele não se dissolve entre tantos outros, como sempre aconteceu.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Para Maria Bonita
que venho visitar em um outro tempo
por ter acreditado que a aventura da guerra era o seu caminho
por ter amado e morrido com seu amor
por todos seus partos e abortos
pela concretude do que um dia foi o seu rosto
dissecado, como se pudesse contar o porquê
estudado, mumificado, disputado, exposto
finalmente sepultado?
pelo que sua memória inspira
ainda que quase sempre coadjuvante
mas o que fazer, ela não estava sozinha
não quis estar... e será que precisava?
Maria Déia, rebatizada Maria Bonita
Nessa foto que imortaliza um instante
E suas pretensões
Doçura, ordem (!), paixão, companhia
O que terá Maria Bonita feito por Lampião e pelo cangaço? E por si mesma?
O que farão, ela e sua terra, por mim? E eu, por elas?