Continuando (a pedidos, eba!!!)...
Eu parei na primeira vez que eu tive que virar uma coisa que eu só era porque os outros ali talvez não fossem né? Então, a idéia era mesmo essa... Como as pessoas te localizam no tempo e no espaço, a partir dos lugares por onde você passou (os lugares, ou o lugar, de onde veio) e as leituras que fazem a partir da sua "presença material": a cor da sua pele, do seu cabelo, o tamanho e as formas do seu corpo, seu gênero, etc etc etc.
Eu sempre fui um pouco preguiçosa, não gostava muito de me esforçar para me enquadrar. Também não passei muito tempo naquele universo e logo fui estudar numa outra cidade, maior. Aliás, num lugar interessantíssimo também, do qual tenho ótimas recordações.
Mas a falta de "enquadramento", claro, teve efeitos. Um afastamento compulsório e voilá: o tal distanciamento que, com algum investimento teórico e metodológico, pode virar uma perspectiva antropológica. Virou, acho. Uma recusa desesperadora de "ser" qualquer coisa, ou "ser" aquilo que alguns queriam, ou diziam, que eu era. O que me encantava não era uma ou outra identidade qualquer: nunca vi vantagem em nenhuma das que me estavam disponíveis. O que me encantava era a possibilidade, ainda que praticamente inviável, de não ser, da efetiva metamorfose ambulante.
Mas, a pergunta, essa recusa é possível pra gente que é de carne e osso?
segunda-feira, 7 de julho de 2008
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