Semana que vem tô chegando por aí!
Com Totó e meus sapatinhos prateados... rs...
Preparem os copos!
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
sábado, 16 de agosto de 2008
Perspectivas olímpicas
Lamentável a performance brasileira nas olimpíadas. Não sou nacionalista, muito menos esportista. Estou envergonhada, na verdade, com a comoção nacional quase desesperada por uma ou outra mirrada medalha. O que faz dos vencedores mais heróis ainda, do que poderiam (ou deveriam) ser.
Não sei se é só falta de políticas consistentes de apoio ao esporte (como vale para educação, saúde etc), se tem a ver com nossa tendência "macunaíma" ou se, sei lá, não sabemos controlar a pressão e a emoção tão bem quando os nossos anfitriões e seus vizinhos, ou nossos ancestrais europeus, ou os X-Men americanos... Ou, ainda, se estamos na vanguarda de um mundo menos competitivo ou se sacamos que a busca pelo super-humano é uma barca furada... enfim...
Fato é que estou hoje extasiada por rever, cada vez com uma nova trilha sonora mais emocionante, os vinte segundos que deram ao filho do Cielo (todo mundo esquece do pai do cara) a primeira :S medalha de ouro brasileira.
Do fundo da piscina, sou convidada a observar o rosto do rapaz que traz o céu no nome enquanto ele atravessa como um pássaro a piscina olímpica. A feição transparece uma força que parece quase sobrehumana e o corpo-peixe, visto de baixo, faz da água quase nada. É a luta contra ela, afinal de contas. Eu, signo de fogo, admiro. Jamais vou compreender a água assim. Nem sequer pensaria nisso, não fossem Cielo, brasileiro, e as câmeras do fundo da piscina.
Não sei se é só falta de políticas consistentes de apoio ao esporte (como vale para educação, saúde etc), se tem a ver com nossa tendência "macunaíma" ou se, sei lá, não sabemos controlar a pressão e a emoção tão bem quando os nossos anfitriões e seus vizinhos, ou nossos ancestrais europeus, ou os X-Men americanos... Ou, ainda, se estamos na vanguarda de um mundo menos competitivo ou se sacamos que a busca pelo super-humano é uma barca furada... enfim...
Fato é que estou hoje extasiada por rever, cada vez com uma nova trilha sonora mais emocionante, os vinte segundos que deram ao filho do Cielo (todo mundo esquece do pai do cara) a primeira :S medalha de ouro brasileira.
Do fundo da piscina, sou convidada a observar o rosto do rapaz que traz o céu no nome enquanto ele atravessa como um pássaro a piscina olímpica. A feição transparece uma força que parece quase sobrehumana e o corpo-peixe, visto de baixo, faz da água quase nada. É a luta contra ela, afinal de contas. Eu, signo de fogo, admiro. Jamais vou compreender a água assim. Nem sequer pensaria nisso, não fossem Cielo, brasileiro, e as câmeras do fundo da piscina.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Identidade IV - De Maria Bonita e os meus demônios
Este blog começou da minha solidão, violentando minha natureza interativa tagarela e carentona. Mas foi um convite do Celo pra participar do blog sobre rosto, coisa e nome e eu pensei tanto tanto tanto num post, que acabei me inspirando pra fazer o maria bonita.
É que uma das referências locais aqui é o lugar onde expuseram as cabeças dos cangaceiros, dentre os quais a minha homenageada. Achei fascinante a história, o terror da política "headhunter" misturado com a pretendida contundência cientificista: chegaram a levar as cabeças pro Instituto de Medicina Legal da UFBa e a estudá-las a la Lombroso. Há todo um itinerário de circulação destas cabeças, passando aqui por Maceió. Fotos inclusive, é só fazer uma busca que vocês encontram. As cabeças passaram um tempo em exposição. No final, a briga das famílias para recuperá-las e dar a elas o "descanso merecido" junto com o resto do corpo. Que "os mortos que enterrem seus mortos" uma pinóia! E foram décadas.
Me encantaram algumas coisas em Maria Bonita. Assim como algumas senhorinhas que vejo por aqui, eu a acho às vezes parecida com a vaga lembrança que eu tenho da minha avó, o que me dá, claro, uma simpatia saudosa... Mas o que mais pegou para a escolha, e a homenagem, foi o choque de estar em um lugar onde as pessoas (homens e mulheres, que fique claro) não disfarçam o machismo. Entendem a ressalva né?
Onde aqueles preconceitos básicos de gênero, ultra criticados, e aqueles hábitos condenáveis operam a todo vapor e sem dó. Eu arriscaria dizer: um lugar que não sabe o que é, ou foi, ou foram, vai, no plural, os movimentos e reivindicações feministas. Portanto, onde ainda não existe "gênero". Só sexo mesmo.
Desde "quando eu era criança pequena lá em Barbacena" eu sentia que esse incômodo com o machismo era uma coisa meio anacrônica, de mulher deprimida preguiçosa e sem "fé" (no sentido amplo da palavra). Sempre tive um monte de figuras femininas poderosas pra me inspirar, e ainda tenho. E nunca tinha me intimidado.
Daí surgiram figuras como Foucault, Haraway e e Strathern na minha vida e ficou tudo ainda mais provável! As críticas dos "pós-várias coisas" (pós-modernismo, pós-feminismo etc etc) só pioraram essa sensação. (Pô, a galera não entende que poder é um negócio difuso, multinível, micro e macro ao mesmo tempo, blá blá blá? Patriarcalismo? Me poupe! Isso já era. Cachorro morto...).
De castigo, Deus me mandou pra cá, e de "esposa de".
É que uma das referências locais aqui é o lugar onde expuseram as cabeças dos cangaceiros, dentre os quais a minha homenageada. Achei fascinante a história, o terror da política "headhunter" misturado com a pretendida contundência cientificista: chegaram a levar as cabeças pro Instituto de Medicina Legal da UFBa e a estudá-las a la Lombroso. Há todo um itinerário de circulação destas cabeças, passando aqui por Maceió. Fotos inclusive, é só fazer uma busca que vocês encontram. As cabeças passaram um tempo em exposição. No final, a briga das famílias para recuperá-las e dar a elas o "descanso merecido" junto com o resto do corpo. Que "os mortos que enterrem seus mortos" uma pinóia! E foram décadas.
Me encantaram algumas coisas em Maria Bonita. Assim como algumas senhorinhas que vejo por aqui, eu a acho às vezes parecida com a vaga lembrança que eu tenho da minha avó, o que me dá, claro, uma simpatia saudosa... Mas o que mais pegou para a escolha, e a homenagem, foi o choque de estar em um lugar onde as pessoas (homens e mulheres, que fique claro) não disfarçam o machismo. Entendem a ressalva né?
Onde aqueles preconceitos básicos de gênero, ultra criticados, e aqueles hábitos condenáveis operam a todo vapor e sem dó. Eu arriscaria dizer: um lugar que não sabe o que é, ou foi, ou foram, vai, no plural, os movimentos e reivindicações feministas. Portanto, onde ainda não existe "gênero". Só sexo mesmo.
Desde "quando eu era criança pequena lá em Barbacena" eu sentia que esse incômodo com o machismo era uma coisa meio anacrônica, de mulher deprimida preguiçosa e sem "fé" (no sentido amplo da palavra). Sempre tive um monte de figuras femininas poderosas pra me inspirar, e ainda tenho. E nunca tinha me intimidado.
Daí surgiram figuras como Foucault, Haraway e e Strathern na minha vida e ficou tudo ainda mais provável! As críticas dos "pós-várias coisas" (pós-modernismo, pós-feminismo etc etc) só pioraram essa sensação. (Pô, a galera não entende que poder é um negócio difuso, multinível, micro e macro ao mesmo tempo, blá blá blá? Patriarcalismo? Me poupe! Isso já era. Cachorro morto...).
De castigo, Deus me mandou pra cá, e de "esposa de".
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